Arqueologia em Portugal: 2017 - Estado da Questão

2. Estudo e Valorização

 

8. MUSEALIZAÇÃO DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA FOZ DO ENXARRIQUE: DO PROJETO À OBRA FEITA
Luís Raposo / Mário Benjamim

Apresenta -se a concretização do projecto de valorização educativa e pa-trimonial do sítio paleolítico da Foz do Enxarrique, junto ao rio tejo, no con-celho de Vila velha de Ródão, que mereceu “menção honrosa” na 6ª edição do Prémio Ibero -Americano de Educação e Museus, tanto do ponto de vista arquitectónico como do ponto de vista de programa de conteúdo educativos. Projecta -se uma segunda fase, que passará pela escavação e conservação in loco de uma área de cerca de 20 metros quadrados do horizonte arqueológico. Aborda -se ainda a problemática da interacção deste sítio com a sua envolvente na frente ribeirinha do Tejo na região, dando lugar à construção do conceito de paisagem cultural visitável, que tem vindo a ser desenvolvido pelo segundo dos autores.

 

9. PROJETO DE ESTUDO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO-ARQUEOLÓGICO DE VOUZELA (VISEU): OBJETIVOS E PRIMEIROS RESULTADOS
Manuel Luís Real / António Faustino Carvalho / Catarina Tente

O presente projeto (2016 -2019) visa o estudo do património histórico--arqueológico vouzelense. Encontra -se estruturado em quatro eixos de inves-tigação – levantamento toponímico e documental, prospeção arqueológica, estudo de materiais conservados em museus, e escavação de sítios seleciona-dos – que produzirão os conhecimentos científicos necessários para a valori-zação futura daquele património. O território é tratado diacronicamente, des-de a Pré -História (o megalitismo em particular) à Idade Média, incluindo os vestígios de mineração até épocas mais recentes. Como resultado final, obter--se -ão não apenas as bases programáticas daquele projeto de valorização, mas também um inventário detalhado do património, permitindo a atualização e aprofundamento da carta arqueológica já existente, com dados inéditos e ou-tros que se encontram por ora dispersos.

 

10. CASTRO DE GUIFÕES (MATOSINHOS) - DAS PRIMEIRAS NOTÍCIAS AOS RESULTADOS PRELIMINARES DE UM PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO
Andreia Arezes / José Manuel Varela

Neste texto pretendemos delinear o panorama da história da investiga-ção no Castro de Guifões. Pretendemos, em paralelo, promover uma síntese do estado atual dos conhecimentos, incorporando os dados preliminares aufe-ridos através da implementação de um Projeto de Investigação Plurianual em Arqueologia. O sítio em análise localiza -se na margem esquerda do rio Leça, actualmente assoreado, mas cujas boas condições de navegabilidade são atesta-das pelo menos até à época medieval. Perscrutado desde o século XIX, há mui-to lhe é reconhecido potencial de estudo, nomeadamente para a compreensão da Idade do Ferro e período romano no contexto regional em que se insere. Em 2016, e já no quadro do Projeto GUIFARQ, voltou a ser alvo de campanhas de escavação, sendo que os primeiros resultados reiteram os indícios de persis-tência da ocupação até à Antiguidade Tardia.

 

11. O PROJETO CASTR’UÍMA (VILA NOVA DE GAIA, 2010 ‑2015): ELEMENTOS E REFLEXÕES PARA UM BALANÇO PROSPETIVO
António Manuel S. P. Silva / J. A. Gonçalves Guimarães / Filipe M. S. Pinto / Laura Sousa / Joana Leite / Paulo Lemos / Pedro Pereira / Maria de Fátima Teixeira

O projeto do Castelo de Crestuma (2010-2015) revelou um complexo arqueológico de longa diacronia, entre a Proto-história e a Idade Média, com maior pujança de vestígios no período tardo-antigo. Da responsabilidade do Gabinete de História, Arqueologia e Património de Vila Nova de Gaia (ASCR – Confraria Queirosiana) o projeto teve financiamento do Parque Biológico de Gaia, empresa municipal. Concluída esta fase ensaia-se a análise dos resulta-dos científicos, mas também o balanço da sua execução e gestão, em termos de impactes e discutindo a interação com a comunidade, os decisores locais e outros intervenientes. Lançam- se pistas para o que poderá ser o desenvolvi-mento da investigação, passando pela valorização do sítio arqueológico e pela criação de novas dinâmicas de animação cultural em diálogo com uma reno-vada agenda de pesquisa.

 

12. SÃO SALVADOR DO MUNDO – O ESTADO DA ARTE!
André Donas -Botto

Tendo em atenção a importância marcante do sitio de São Salvador do Mundo para o estudo da ocupação humana na bacia do Douro e mais particu-larmente no concelho de São João da Pesqueira, não deve ser descurada a sua abordagem por parte de diversos investigadores surgindo a oportunidade de abrir este sítio ao mundo cientifico na esperança de despertar um maior in-teresse pela comunidade arqueológica bem como alertar o poder local para a sua importância. Localizado junto ao Rio Douro este sítio revela -se como um marco no território, com uma impressionante ocupação desde a pré -história recente. O poster que apresentamos pretende revelar os principais vestígios aí existentes bem como uma pequena resenha pelo seu “estado da arte”.

 

13. MÉRTOLA NA IDADE DO FERRO: PRIMEIROS RESULTADOS DE DOIS PROJECTOS
DE INVESTIGAÇÃO

Francisco José García Fernández / Pedro Albuquerque / Maria de Fátima Palma

Este artigo pretende apresentar alguns resultados preliminares de dois projectos de investigação que analisam o papel da antiga Myrtilis durante a Idade do Ferro e os primeiros séculos de ocupação romana, enquanto impor-tante porto no contexto do tráfego comercial do Mediterrâneo e do Atlântico, e como um oppidum central no âmbito do povoamento humano ao longo do Guadiana. Os resultados apresentados são um ponto de partida para futuras investigações sobre Mértola e o seu território, graças ao estudo dos materiais identificados durante as escavações arqueológicas na área de expansão da Bi-blioteca Municipal de Mértola.

 

14. ESTADO ATUAL DO CONHECIMENTO ACERCA DO POVOAMENTO EM ÉPOCA ROMANA NA AMADORA
Gisela Encarnação / Vanessa Dias

Com o presente artigo iniciaremos um estudo de carácter desenvolvido sobre a presença romana no atual território do concelho da Amadora. Analisa-remos os sítios conhecidos e escavados nas últimas décadas, e os fragmentos arqueológicos deles provenientes, em busca de respostas: Quando chegaram os contingentes romanos? Como ocorreu a sua instalação? Que tipo de povoa-mento existiu? Como exploraram o território?

 

15. ARQUEOLOGIA URBANA NO CONCELHO DE LOURES
Alexandre Varanda

O enorme crescimento demográfico do concelho de Loures a partir da década de 60, tornou -o num dos concelhos periféricos de Lisboa mais densa-mente urbanizados. Contudo devido à ausência de um ordenamento do terri-tório esta rápida expansão traduziu -se na construção de bairros de génese ile-gal, cuja construção negligenciou a existência de sítios arqueológicos. Assim sendo, este trabalho apresenta um ponto da situação do património arqueoló-gico do concelho de Loures, e de que forma a actividade humana e o crescimen-to de áreas edificadas afectaram o património arqueológico da região.

 

16. 19 ANOS DE ARQUEOLOGIA URBANA EM MACHICO, REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA
Isabel Paulina Sardinha de Gouveia / Élvio Duarte Martins Sousa

Iniciados os trabalhos arqueológicos em 1998, pela então ARCHAIS – As-sociação de Arqueologia e Defesa do Património da Madeira, as investigações têm despoletado estudos de história local, de âmbito associativo e académico, permitindo conhecer a realidade da vida social e económico da primeira locali-dade da Madeira, povoada no século XV. Os estudos da cerâmica portuguesa e das produções oláricas locais, têm sido uma das componentes mais relevantes da última década.